A presença feminina na engenharia e em outras áreas técnicas tem se ampliado nas últimas décadas, mas os desafios para a consolidação de uma verdadeira equidade de gênero ainda são expressivos. Apesar do crescimento no número de mulheres ingressando em cursos de engenharia e ocupando espaços profissionais, ainda é perceptível a desigualdade quando se observa cargos de liderança, reconhecimento de mérito e oportunidades de ascensão. Esse cenário revela a urgência de políticas e ações que fortaleçam o protagonismo feminino dentro do setor.
Valorizar a mulher na engenharia é, também, reconhecer e respeitar suas especificidades. Questões relacionadas à saúde da mulher, como acompanhamento ginecológico adequado, atenção a ciclos reprodutivos e condições de trabalho que favoreçam a conciliação entre vida profissional e pessoal, precisam ser incorporadas ao debate. Além disso, o olhar atento à saúde mental se torna cada vez mais necessário em um ambiente profissional que exige alta performance, mas que muitas vezes negligencia o bem-estar individual.
Nesse contexto, iniciativas voltadas ao equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, programas de apoio psicológico, ações de acolhimento e políticas institucionais inclusivas são fundamentais para que as engenheiras possam exercer suas funções com segurança, dignidade e qualidade de vida. Esse cuidado não deve ser visto como benefício, mas sim como um direito e um investimento em produtividade e inovação.
Equidade de gênero, por sua vez, vai além da representação numérica. Trata-se de criar condições iguais para que mulheres e homens possam desenvolver plenamente suas carreiras, sem barreiras impostas por preconceito ou estereótipos. Incentivar a liderança feminina, apoiar a participação em conselhos, comissões e cargos decisórios e ampliar a representatividade em projetos de destaque são passos essenciais nessa construção.
Ao promover ambientes mais equitativos e inclusivos, a engenharia ganha em diversidade de perspectivas e criatividade na solução de problemas complexos. Mulheres e homens, juntos, fortalecem a profissão e contribuem para uma sociedade mais justa e sustentável, em que talento e competência prevalecem sobre barreiras culturais e preconceitos históricos.